Minha foto
Voluntariamente autista, sociável com trouxas, fluência em melancolicês. Não tem dom de se expressar pela fonética, mas ama a escrita mesmo sem saber juntar a multidão de letras que seguem suas células. Apenas uma alma muda na imensidão de vozes.

Popular Posts

Blogger news

Tecnologia do Blogger.
sexta-feira, 25 de agosto de 2023

 

From childhood’s hour I have not been

As others were—I have not seen

As others saw—I could not bring

My passions from a common spring —

From the same source I have not taken

My sorrow—I could not awaken

My heart to joy at the same tone —

And all I lov’d—I lov’d alone —

Then—in my childhood—in the dawn

Of a most stormy life—was drawn

From ev’ry depth of good and ill

The mystery which binds me still —

From the torrent, or the fountain —

From the red cliff of the mountain —

From the sun that ’round me roll’d

In its autumn tint of gold —

From the lightning in the sky

As it pass’d me flying by —

From the thunder, and the storm —

And the cloud that took the form

(When the rest of Heaven was blue)

Of a demon in my view —

 

Edgar Allan Poe. 


Tradução:

(Leonardo de Magalhaens)


Desde a infância eu tenho sido
Diferente d'outros – tenho visto
D'outro modo – minhas paixões
Tinham uma outra fonte e
Minhas mágoas outra origem -
No mesmo tom não despertava
O meu coração para a alegria -
O que amei – eu amei só.
Então – na infância – a aurora
Da vida atormentada – estava
Em cada nicho de bem e mal
O mistério que me prendia -
Da correnteza, da fonte -
Da escarpas rubras do monte -
Do sol que me rodeava
Em pleno outono dourado -
Do relâmpago nos céus
Quando sobre mim passava -
Do trovão, da tormenta -
E a nuvem tem a forma
(Quando o resto do céu é azul)
D'um demônio aos meus olhos.

 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

 


Morrer por ti era pouco

Qualquer grego o fizera. 

Viver é mais difícil -

É esta a minha oferta -


Morrer é nada, nem

Mais. Porém viver importa

Morte múltipla - sem

O alívio de estar morta. 


Emily Dickinson.

(Tradução de Augusto de Campos). 



 

A free bird leaps

on the back of the wind

and floats downstream

till the current ends

and dips his wing

in the orange sun rays

and dares to claim the sky.

 

But a bird that stalks

down his narrow cage

can seldom see through

his bars of rage

his wings are clipped and

his feet are tied

so he opens his throat to sing.

 

The caged bird sings

with a fearful trill

of things unknown

but longed for still

and his tune is heard

on the distant hill

for the caged bird

sings of freedom.

 

The free bird thinks of another breeze

and the trade winds soft through the sighing trees

and the fat worms waiting on a dawn bright lawn

and he names the sky his own

 

But a caged bird stands on the grave of dreams

his shadow shouts on a nightmare scream

his wings are clipped and his feet are tied

so he opens his throat to sing.

 

The caged bird sings

with a fearful trill

of things unknown

but longed for still

and his tune is heard

on the distant hill

for the caged bird

sings of freedom.


Tradução: 


O pássaro livre se lança

nas costas do vento

e flutua rio abaixo

até onde a corrente termina

e banha as suas asas

nos raios alaranjados do sol

e ousa revindicar o céu.

 

Mas um pássaro que desce

a sua gaiola apertada

raramente pode ver atráves

das suas barras de raiva

suas asas estão cortadas e

seus pés amarrados

então ele abre o seu gargalo para cantar.

 

O pássaro engaiolado canta

com trinado amedrontado

sobre as coisas desconhecidas

mas ansiava pela calma

e a sua cantiga é ouvida

no morro distante

pois o pássaro engaiolado

canta de liberdade.

 

O pássaro livre pensa sobre outra brisa

e os ventos alísios suave através das árvores suspirantes

e as minhocas rechonchudas aguardando num gramado clareado pelo o amanhecer

e ele nomeia o céu de seu próprio

(ele nomeia o céu como seu)

 

Mas o pássaro engaiolado está em cima do túmulo dos sonhos

a sua sombra exclama num grito de pesadelo

suas asas estão cortadas e seus pés amarrados

então ele abre o seu gargalo para cantar

 

O pássaro engaiolado canta

com trinado amedrontado

sobre as coisas desconhecidas

mas ansiava pela calma

e a sua cantiga é ouvida

no morro distante

pois o pássaro engaiolado

canta de liberdade.


I Know why the caged bird sings,

Maya Angelou.


(Estou editando aos poucos a carta do Van Gogh sobre o pássaro na gaiola pra trazer pra cá enquanto isso conheci esse poema ontem e me tocou profundamente e preciso dizer que quero muito conhecer os livros dessa mulher guerreira, forte, negra e que cantava pelo seu povo e pela liberdade, obrigada Maya por ter cantado nesse mundo o que os passarinhos feridos sabem ouvir nas colinas mais distantes).