
- Miss Nobody
- Voluntariamente autista, sociável com trouxas, fluência em melancolicês. Não tem dom de se expressar pela fonética, mas ama a escrita mesmo sem saber juntar a multidão de letras que seguem suas células. Apenas uma alma muda na imensidão de vozes.
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Essa casa parece que chora,
como uma mancha adoecida dos alicerces
As infiltrações na parede nunca sararam,
não importa quantas vezes tudo isso é pintado e renovado em cores,
a poça infiltrada do avesso sempre volta
se espalhando e mofando o que se tentou cobrir
como uma metáfora de quem mora dentro
uma mancha que é feito paredes que falam o que tanto guardam
tão silenciosamente sobre o abandono
Dias desses a água furou o cimento,
a parede lá do alto teto pingava e escorria em continuidade
como se a água atravessasse paredes tão facilmente,
foi simbólico e forte,
a parede chorava num filamento inteiro até o chão,
E eu que sempre fui de associar coisas a sentimentos ocultos
vi ali como essa casa sabia do que eu sei no meu coração
dessa solidão tão cheia de paredes altas
E eu quis atravessar essas paredes que não cabem mais meus sentimentos,
empoçada dentro de mim mesma sem poder ser lá fora,
fazendo enchentes em minha superfície assombrada
Eu também estou cheia de manchas envelhecidas
Impregnada dessa casa vazia e sem vida
E eu quero me pintar por dentro
Essa casa tão cheia de labirintos cada vez mais apertados nunca foi minha
As paredes se estreitam a cada dia em minha direção
Esmagando imponentemente meu coração
Eu procuro meu lar entre paredes e chãos
entre seus acúmulos e coisas inacabadas
Nos reflexos da desordem tento saber onde está minha saída
e melancolicamente me sinto sem espaço algum
Essa casa parece que chora
e nas suas paredes as minhas lágrimas também compõe a infiltração.
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