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Voluntariamente autista, sociável com trouxas, fluência em melancolicês. Não tem dom de se expressar pela fonética, mas ama a escrita mesmo sem saber juntar a multidão de letras que seguem suas células. Apenas uma alma muda na imensidão de vozes.

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domingo, 22 de março de 2020




Eu ainda deixo você saber em pequenos rastros
quem sabe eu ensaio o caminho da sua volta
ponho flores na sua estrada
laços de fitas e rendas nos galhos secos
mãos que trabalham com retalhos
enfeito essa borda da estrada já tanto pisada
o outono e eu fazemos das nossas folhas caídas poesia
tapete pra quem vai passar 
passo primeiro quando não tem ninguém
conheço bem os caminhos do vazio
a primavera é solitária com suas sementes 
faz todo um trabalho invisível de semear
só depois é que dão notícia da sua beleza
só depois é que ela aparece
passo por último quando todos já se foram
entardecida gosto de andar sozinha 
por onde todo o mundo já andou
imaginando os caminhos que caminham ao meu lado em silêncio
devagar faço um pequeno caminho por onde você andou
eu carrego meus passos esquecidos tentando imaginar os seus
procuro os sinais da sua passagem onde nem tem
coloco lembranças como um botão de rosa que vai abrir no outro dia
descubro uma cestinha de sementes adormecidas no coração
me derramo na estrada que sou invisível 
estar por último e ver mágica 
como deixar algo e sair correndo antes para ver ao longe 
eu vejo o depois de um canto das árvores
eu deixo um sorriso para alguém embrulhado nas asas do vento e sopro
mas até hoje não sei se dentro do coração se perguntam 
se alguém passou por aqui antes
se sentem que fui eu
se esperam me encontrar ou eu voltar naquilo que me acharam
que imaginam meu cheiro pois o lugar ficou diferente 
e ainda há meu cheiro nos troncos das árvores
estou imaginando o seu por aqui nessas estradas solitárias 
eu receberia uma chuva de folhas 
como se fosse 
sua mensagem oculta



você sorriu?




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